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Doutora Claudia Gomes alerta para os cuidados diário contra ameaças do câncer de pele

Dra. Claudia Gomes destaca que o surgimento de pintas, nódulos, lesões avermelhadas ou outras lesões de pele devem ter uma atenção especial. (Foto: Divulgação)

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que 33% de todos os diagnósticos da doença no Brasil são de câncer da pele, que a cada ano registra cerca de 185 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, (carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular), apresenta uma baixa complicação porém, seus números são muito altos. O melanoma, por sua vez, é o tipo mais agressivo e registra 8,4 mil casos por ano, que correspondem a cerca de 3 a 4 % dos cânceres de pele.

 

Em entrevista a Dra. Cláudia Gomes, médica dermatologista do Hospital Nipo-Brasileiro explica que mesmo sendo o tipo menos frequente de câncer de pele e com o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade, o melanoma apresenta mais de 90% de chances de cura quando há uma detecção precoce da doença. “De maneira geral, o melanoma tem uma aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons amarronzados ou escuros, que podem mudar de cor, de formato ou de tamanho, podendo causar sangramento. Por isso é importante observar a própria pele constantemente e, em caso de qualquer suspeita, procurar imediatamente um dermatologista”.

Segundo ela, essas lesões podem surgir em qualquer parte do corpo e a hereditariedade desempenha um papel importante no desenvolvimento do melanoma. E por disso, familiares, principalmente de primeiro grau, de pacientes com diagnóstico de malanoma devem se submeter regularmente a exames preventivos – acrescenta.

No caso do melanoma, é interessante o uso das regras do ABCD em relação a lesão de pele, que valem a pena serem observadas e, no caso de constatação de 1 ou mais , procurar o dermatologista: A de assimetria, B de bordas assimétricas, C de coloração ( escura, cores diferentes na mesma lesão) e D de diâmetro- acima de 1 cm.

SINTOMAS

Dra. Claudia Gomes destaca que o surgimento de pintas, nódulos, lesões avermelhadas ou outras lesões de pele devem ter uma atenção especial, pois pode ser fundamental para um diagnóstico mais precoce do câncer de pele. Segundo ela, somente um exame clínico através de um médico especializado , que pode incluir a dermatoscopia e/ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer de pele. Dentre vários sintomas, é importante estar sempre atento aos seguintes:

– uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhadas, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;

– uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;

– uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

 

TRATAMENTO

Dra. Cláudia Gomes enfatiza que todos os casos de câncer de pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, inclusive os de baixa letalidade: “ atualmente existem diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer de pele não melanoma, variando conforme o tipo e a extensão da doença, porém, a maioria pode ser tratada com procedimentos simples”.

Conheça os mais comuns:

– Cirurgia excisional: remoção do tumor com um bisturi e também de uma borda adicional de pele sadia, como margem de segurança. Os tecidos removidos são examinados ao microscópio para avaliar se foram extraídas todas as células cancerosas. Essa técnica apresenta altos índices de cura e pode ser empregada no caso de tumores recorrentes;

– Curetagem e eletrodissecção: usadas em tumores menores, promovem a raspagem da lesão com cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as células cancerígenas. Para não deixar vestígios de células tumorais, repete-se o procedimento algumas vezes. Essa opção não é recomendável para tumores invasivos;

– Criocirurgia: promove a destruição do tumor por meio do congelamento com nitrogênio líquido. A técnica tem taxa de cura menor do que a cirurgia excisional, mas pode ser uma boa opção em casos de tumores pequenos ou recorrentes. Não há cortes ou sangramentos e também não é recomendável para tumores mais invasivos;

– Cirurgia a laser: remove as células tumorais usando o laser de dióxido de carbono ou erbium YAG laser. Por não causar sangramentos, é uma opção eficiente para aqueles que têm desordens sanguíneas;

– Cirurgia Micrográfica de Mohs: o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele ao redor , Em seguida, esse material é analisado no momento cirúrgico ao microscópio, se houver lesão ainda , retira—se mais uma parte do tecido, até obtermos margens livres .Tal procedimento é indicada para casos de tumores mal delimitados ou em áreas principalmente do rosto, onde cirurgias amplas levam a cicatrizes extensas e desfiguração;

– Terapia Fotodinâmica (PDT): o médico aplica um agente fotossensibilizante, como o ácido 5 – aminolevulínico (5-ALA) na pele lesada. Após algumas horas, as áreas são expostas a uma luz intensa que ativa o 5-ALA e destrói as células tumorais, com mínimos danos aos tecidos sadios.

Além das modalidades cirúrgicas, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia e as medicações orais e tópicas são outras opções de tratamento para o câncer da pele, porém, somente um médico especializado pode avaliar e prescrever o tipo mais adequado de terapia.

PREVENÇÃO

Dra. Cláudia Gomes, explica que evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV são as melhores estratégias para prevenir o melanoma e outros tipos de tumores cutâneos. Como a incidência dos raios ultravioleta (UV) está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de forma geral devem se proteger quando expostas ao sol.

Os grupos de maior risco, acrescenta ela, são as pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com

histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados como, por exemplo:

– Usar chapéus, camisetas, óculos escuros, roupas e fotoprotetor;

– Cobrir as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas;

– Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão);

– Na praia ou piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável, 95% dos raios UV ultrapassam o material;

– Usar filtros solares diariamente, e não somente em horário de lazer ou de diversão. Reaplicar protetor solar e observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas;

– Manter bebês e crianças protegidos do sol, filtros solares podem ser usados a partir dos seis (6) meses de idade;

– Consultar um dermatologista uma vez ao ano, para um exame completo.

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