Colunas Krônicas

Nihongô… Difícil, nô?!

12/07/1996

A língua japonesa é realmente dificílima!
Apesar de minha dedicação em aprendê-la, ainda não consegui dominá-la.
Quando criança cheguei até a frequentar uma escola de língua japonesa, mas comecei realmente a me interessar por ela, muito atrasado, apenas aos 21 anos de idade!
A partir daí, como a maioria, matriculei-me em uma escola específica.
Em virtude de compromissos definidores de minha vida profissional, meu tempo dedicado ao estudo da língua acabou mesmo ficando restrito apenas aos momentos da aula mais a meia hora antes, de quando me lembrava que estava matriculado em uma escola.
Mas a esperança em aprender de vez a língua veio quando ganhei uma bolsa-estágio para o Japão. Cheguei a carregar comigo, para lá, todo meu arsenal linguístico. E como me dediquei!
Todas as noites, no alojamento, abria as apostilas, fazia leituras e treinava kanjis. Para quem não sabia praticamente nada foi por demais proveitoso, mas não o suficiente.
Retornei ao Brasil.
Dez anos depois, voltei novamente ao Japão para novo estágio (bancado por mim mesmo). Já mais experiente, mas dessa vez acompanhado da família, tive de reforçar o orçamento doméstico dando aulas de português e espanhol numa conhecida escola de línguas.
Nessa escola, onde havia muitos professores de inglês, um chamou-me mais a atenção. Era suíço. Ele falava cinco línguas fluentemente e mais seis “quebrando o galho”, como frisou.
Como se não bastasse, era casado com uma japonesa também professora nessa mesma escola.
Certo dia, mostrando-lhe minha admiração pela capacidade dele e depois de lhe expor minha dificuldade para com a língua de meus pais, respondeu-me de maneira desestimulante:
– Apesar do domínio que tenho de todas essas línguas e ser casado com uma japonesa, também não consigo por o “nihongô” em minha cabeça!
Quase desisto na hora!
Principalmente por tudo quanto tinha me dedicado.
Além disso, em minha vida profissional a língua japonesa praticamente não tem presença marcante.
Mas daí, pensei: meu rosto não me nega! Não posso desistir!
Sorede, korekaramo akiramenaide ganbarimasu! (tradução: Então, mesmo a partir de agora, sem desistir, me esforçarei… em aprender!)

(A referência ao meu segundo estágio não está muito correta, visto que se tratou de um curso extra curricular que solicitei à Universidade de Nagoya e fui aceito. Foram dois anos. Como as universidades no Japão são todas pagas  e ainda, na época, era o país de custo de vida mais alto do mundo, tive de recorrer aos bicos para bancar nossas passagens e estada lá. Além de estágio em um escritório de arquitetura dei aulas na Escola Berlitz de línguas)

Silvio Sano

- ARQUITETO, pela Univ. Mackenzie (1974), tendo como auge o projeto executivo da arquibancada superior do Estádio Santa Cruz (Recife), em 1981/82; ESCRITOR (sete livros, um dos quais: Corinthians, 100 Anos - Gols Ilustrados); COLUNISTA e CHARGISTA, desde 1996; JORNALISTA, com MTb desde 2012; e, COMPOSITOR (haicais e versões em português de músicas estrangeiras);
- conhece o Japão por quatro óticas diferentes (bolsista, 1975; lua-de-mel, 1980; Univ. Nagoya, 1985/87; e. decasségui, 1989/92);
- um dos administradores dos sites Nikkeyweb e Portal Oriente-se.
- Palestrante (tema atual: Konflitos Nikkeis, mesmo após mais de um século);
- tem páginas no Facebook, Twitter, Instagram e canal no Youtube
- email: silvio.sano@yahoo.com

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