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1º Festival da Integração Brasil-Japão de Atibaia debuta com extraordinário sucesso!

Realizado no Centro de Convenções Victor Brecheret, localizado na Alameda Lucas Nogueira Garcez, 511 – Vila Thaís, nos dias 17 e 18 de junho de 2023, mesmo com o final da semana anterior chuvoso, a data que consta do calendário turístico da Instância de Atibaia estar como do Bon Odori; além dessa mudança do local da realização, que trouxeram preocupações aos membros da Comissão Organizadora quanto a atingirem seus objetivos, o 1º Festival da Integração Brasil-Japão, foi surpreendentemente coroado de sucesso absoluto; tanto pelas atrações, em alto nível, que agradaram ao público, como pela variedade de bazaristas que saciaram a curiosidade pela cultura japonesa e o apetite pela culinária japonesa dos que foram prestigiar essa inédita realização.

Confesso que, no início, estive bastante apreensivo e preocupado com a mudanças do tempo, mas graças a Deus, tudo correu muito bem; e apesar de ser marinheiro de primeira viagem nesse segmento, acho que ficou muito bom”, afirmou Kenji Kunitake, diretor cultural da ACENBRA e coordenador geral desse evento. “Lógico que, pela falta de experiência, em alguns momentos a parte das atrações ficou meio embolado, mas tudo sendo contornado porque convidei artistas amigos com experiência que, no fim, até ajudaram a fazer diferença a esse 1° festival”, garantiu. “Os comentários, de modo geral, foram positivos; e os bazaristas gostaram muito de trabalhar no festival porque a comunidade japonesa local conta sempre com muito prestígio da população de Atibaia e de turistas”, concluiu.
A idealização de realizá-lo nesse formato surgiu depois que o grupo da Associação da Província de Fukushima resolveu não realizar, nesta data, o que seria a 53ª edição do Bon Odori, pela alegação de reestruturá-lo porque consideraram que estavam perdendo o foco do passado, dos anos oitenta, da origem. Assim, após várias reuniões da diretoria da Acenbra, para que não se perdesse a data tradicional, até porque depois da Festa das Flores, era com o Bon Odori que a entidade mais arrecadava para se manter durante o ano. Foi quando Kunitake, diretor cultural da entidade, propôs-se a realizar,o 1º Festival da Integração Brasil-Japão, denominado assim por ele próprio,. “Criei esse nome sem me lembrar de que estaríamos em plena comemoração dos 115 anos da Imigração Japonesa no Brasil. Mas com a aprovação do mesmo pela diretoria, iniciei os primeiros contatos a partir dos amigos que tenho no meio artístico e, graças a Deus, deu tudo certo”, afirmou aliviado e satisfeito. “Apesar de, esse ano, termos mudado de local, do centro da cidade para novo espaço no Centro de Convenções, como foi grande o sucesso alcançado, no próximo espero dobrá-lo de tamanho”, concluiu com otimismo.

O evento, sábado, dia 17:
Programado para se iniciar às 15h, após o sucesso obtido nesse dois dias alguns participantes comentaram que poderia ter sido mais cedo e que isso ocorrera pela ainda incerteza por ser a primeira experiência, provavelmente, contando com a possibilidade de atrair público também de fora da cidade já ao primeiro dia, em especial o de São Paulo. Nesse aspecto, deu certo porque desde o início já contou com bom público.
Mesmo assim, devido aos preparativos de instrumentos e do som do palco ao público, a parte das atrações atrasou um pouco o início, mas recuperou a programação normal ao longo do dia até seu final.
Com a Praça da Alimentação já bastante ocupada e o auditório começando a encher devido às chamadas de Kenji Kunitake, também mestre de cerimônia, auxiliado por Kazue Takahira, cantora e apresentadora em concursos de karaokê, os shows já estavam aptos a iniciarem. No entanto, valendo-se da condição de cantores, pela alegação dos preparativos citados, como teste, cada um cantou uma música, estratégia , esta, usada nos dois dias para entreter o público nos momentos inativos, como nos da preparação dos instrumentos de taikô e das bandas no palco.

Assim, conforme o cronograma, o primeiro a se apresentar foi Célio Nomoto, um “prata da casa”, que já tinha se aposentado do karaokê. No passado cantava músicas no estilo Pop, com prevalência às de Tsuyoshi Nagabuchi. “Na época, tinha 30 anos,  o pessoal me dizia que já era velho para cantar esse estilo”, revelou sorrindo antes de iniciar sua apresentação, nesse estilo, que agradou muito ao público.
Em seguida, foi a vez de Enrico Zechin, jovem não descendente, autodidata e fã ardoroso de Misora Hibari, razão de ter cantado apenas músicas dela, e vestido de quimono, agradando ao público.
A sessão de cantores foi encerrada por Francisco Alves Tashima, acostumado com grandes concursos de karaokê, mas estreando frente a um público de festival. Mas não se intimidou e se saiu otimamente, sendo muito aplaudido. “Caramba! Adorei a experiência”, afirmou, aberto a mais convites.
Na sequência, mais uma prata de casa. Dessa vez, do grupo Kawasuji Seiryu Daikô de Atibaia, já com muita experiência em festivais, mesmo aos de fora da Instância. Por isso levantou o público que já o conhecia, que lotou o auditório durante sua apresentação. O grupo, com sede na cidade, informou estar aberto a interessados que queiram fazer parte do grupo e aproveitou o ensejo para apresentar os grupos dos adolescentes (recente) e dos Master, além do oficial para shows. Foram intensamente aplaudidos. Fizeram quatro apresentações nesses dois dias.

A seguir, uma das atrações mais esperadas do dia: Angelaísa Toyotta, Takeshi Nishimura e o Grupo Mitsuba de Campinas, como se fossem três em um. Ou seja, com apresentações solos, mas também simultâneas. Mesmo nos solos, sempre apoiados, de alguma forma, pelos demais. Levantaram o público o tempo no todo no período das quase duas horas que durou o show. Muito requisitados que são, já tendo vindo do Festival JP de Itatiba, após suas apresentações em Atibaia, Nishimura e o grupo Mitsuba retornaram para Itatiba enquanto Toyota correu para o Festival JP de Sumaré.

Findo o show deles, o mestre de cerimônia, Kunitake, anunciou o início da Abertura Oficial, convidando a comporem a mesa, o prefeito da Instância de Atibaia, Emil Ono; o presidente da ACENBRA (Associação Cultural e Esportiva Nipo Brasileira de Atibaia, Wilson Masao Yamamoto; o presidente de Hortolândia, Nelson Yoshida; e o vice-prefeito de Atibaia, Fabiano de Lima. Saudaram o público apenas o presidente Yamamoto e o prefeito Ono, nessa ordem, dando boas-vindas ao público à Atibaia e lhe desejando bom entretenimento no evento, com ambos destacando em especial, em suas falas, o fato de o dia seguinte, 18 de junho, ser o da comemoração da Imigração Japonesa no Brasil.

É com imenso prazer que a prefeitura participa como apoiadora desse 1º Festival da Integração Brasil-Japão que a ACENBRA promove hoje e amanhã, aqui em Atibaia”, afirmou o prefeito, tão logo desceu do palco. Na minha fala, enfatizei a importância da união dessas duas nacionalidades que são o Brasil e o Japão porque acho que o japonês, quando veio pra cá, teve mesmo muitas dificuldades no dia a dia, mas em contrapartida também ensinou muita coisa aos brasileiros, tais como persistência, organização e resiliência”, justificou. “Como aprendi muito com jitian e batian, só posso afirmar que tenho muito orgulho de fazer parte da comunidade nipônica e, por isso, acho que devemos prestigiar os feitos da comunidade”, reforçou. “Sábado que vem, dia 24 de junho, Atibaia comemora 358 anos e esta festa aqui, está inserida nos festejos de aniversário de nossa querida cidade de Atibaia”, revelou.
Igualmente, ainda na lateral inferior do palco, o presidente da Acenbra também complementou sua fala da Abertura. “Para nós da ACENBRA é uma honra preparar um evento reverenciando a imigração japonesa no Brasil, ainda mais porque amanhã, 18 de junho, é o nosso dia oficial para o Brasil, que completará 115 anos desde quando o Kasato Maru oficialmente, trouxe os primeiros imigrantes japoneses”, justificou. “E nosso Festival, até o momento, está uma maravilha graças ao trabalho da nossa comissão organizadora, dos voluntários e colaboradores, apesar de ainda esse frio gelado”, deu graças por, ao menos, não estar chovendo, e mostrou gratidão a todos que de alguma forma contribuíram para essa realização.

Dando sequência à programação de atrações, foi a vez de Silvio Sano, escritor, jornalista e compositor de versões em português de músicas estrangeiras, apresentar-se também como cantor e exatamente algumas de suas versões, uma das quais relativa ao centenário da imigração japonesa no Brasil que consta em seu último livro Kontos, Krônicas & Kanções, quando sorteou alguns exemplares ao público presente e doou quarenta para a Acenbra vendê-las com renda total revertida à entidade.

Depois, foi a vez do grupo Kawasuji Seiryu Daikô repetir a dose desse dia e agitar o público novamente, para em seguida, vir a outra atração também muito aguardada pelo público que frequenta festivais: Joe Hirata, que também já tinha realizado shows em outros dois eventos ocorrendo nesse mesmo dia. E como sempre, apesar do horário tardio, animou a galera cantando e distribuindo muitos brindes ao público que até arrastou cadeiras para ficarem colados ao palco. Foi realmente um show!

Para finalizar as atrações desse primeiro dia, mais um prata da casa: Banda Illusions, muito popular na região, e também nesse caso, segundo o coordenador geral, Kunitake, para novamente atender ao escopo do Festival, da integração do Brasil com o Japão. Assim o festival finalizou o primeiro dia com chave de ouro.

O evento do dia 18, domingo:
Assim como no primeiro dia, mas por razão diversa, o atraso para início das atrações foi provocado devido à falta de público, pelo público local ainda não estar acostumado com esse pioneiro festival. Tendo em vista que o dia anterior também começara com atraso, mas fora recuperado no transcorrer do dia, o mestre de cerimônia tomou a atitude acertada de, então, atrasá-lo. Com isso, ele e sua auxiliar de palco voltaram a usar o artifício do dia anterior para preencheram momentos parados cantando, uma música cada, para entreter o ainda pequeno público.

Logo após, pois, para abrir a programação do dia, Silvio Sano, que já tinha se apresentado no dia anterior, subiu ao palco, novamente, para repetir o que já mostrara no sábado, inclusive no oferecimento de exemplares de seu livro às pessoas da plateia mais ligadas à sua apresentação.
Na sequência, foi a vez do cantor campineiro Luís Yabiku com vasto repertório de músicas japonesas, inglesas e brasileiras. Também agradou ao público que, por conhecer suas músicas, fez coro com ele quando solicitado.

A seguir, Sérgio Tanigawa, conhecidíssimo em concursos de karaokê, por suas grandes conquistas e também por shows que apresenta em festivais por todo o Brasil, justificando plenamente sua fama ao se apresentar do palco, e abaixo dele, no contato direto com a plateia, como quando desceu para abraça-la enquanto cantava, sendo correspondido igualmente.

Depois, foi a vez do grupo Kawasuji Seiryu Daikô de Atibaia também repetir a dose do dia anterior, ou seja, apresentando-se mais duas vezes nesse domingo.

Em seguida entrou a Banda Cosmos, de Mogi das Cruzes, que também se apresentou por duas vezes nesse dia, trazendo consigo nove cantores de renome da comunidade, sendo nessa primeira seção do dia, Tadashi Watanabe, Mário Tanaka, Rosana Sasaki, Masaru Anraku, Gustavo Maekawa Harano, Yutaro Kimura e Francisco Tashima. É considerada a banda mais antiga da comunidade nipo-brasileira, quando em agosto completará 75 anos de existência. Animaram bastante o público que, nas apresentações de alguns cantores, algumas pessoas dançaram simultaneamente à frente do palco.

Finda a primeira apresentação dos cantores com a banda, foi a vez do karaokê a partir de outro campeoníssimo de grandes concursos de karaokê, Hideo Tanaka, que apresentou suas qualidades vocais ao público de Atibaia. Uma semana antes ele havia conquistado o Grand Prix de um concurso de conhecida associação em São Paulo. O público se deliciou com sua voz e performance.

Depois, foi a vez de outro, não menos extraordinário cantor, que além de tudo não é descendente de japoneses, mas ama a cultura japonesa a ponto de até ter boa fluência na língua daquele país, Sandro Barros. Ele, que também é conhecido estilista da alta-costura, surgiu recentemente no meio karaokê nipo-brasileiro e tem surpreendido em suas apresentações, bem como com músicas não japonesas, conforme mostrou ao público nesse dia, fazendo-o extasiar com o que ouviu da parte dele…

Então, chegou a vez de jovens, crianças… e também adultos vibrarem! A vez do Concurso Cosplay! que se iniciou com número surpreendente de candidatos, a ponto de terem de realizar uma seção infantil com cinco simpáticas e desinibidas crianças participantes e uma aos adultos, cuja quantidade (24 candidatos), variedade e criatividade acabou dificultando o julgamento por parte dos jurados, Angie Lucena, Jorge Rodolfo Lima e Eliany Angela Porto Ferreira.
 

Nesse interim foi a vez da aparição, como não poderia deixar de ser de Diogo Jaspion Miyahara, realizar sua conhecida apresentação pelo público relativo, ele que faz também apresentações por todo o país. Cantou várias trilhas sonoras de conhecidos filmes de heróis japoneses, de National Kid a Jiban e Jiraya.

E os vencedores do Concurso Cosplay de Atibaia foram: 1º lugar: Rubia Caroline dos Santos Silva; 2º lugar: Jonathan Henrique Carvalho Gouvêa; e 3º lugar: Evelyn Beatriz Pereira.

Nós do Otaku no Ie de Campinas, tivemos a honra de organizar e apresentar o Concurso Cosplay desse 1º Festival da Integração Brasil-Japão”, contou a Mestre de Cerimônia do concurso, Mari Videl Matsumoto. “Foi uma experiência maravilhosa, repleta de música, diversão e memórias inesquecíveis para todos. Por isso, em nome da equipe quero dar os parabéns a todos os cosplayers que participaram do mesmo ou que foram apenas prestigiar o festival. Vocês trouxeram mais cor e magia para o dia!”, prosseguiu. “O nível de entrega, comprometimento, organização e do próprio cosplay de vocês foram incríveis! Parabéns Cosplayers de Atibaia! Sou grata a vocês por fazer parte desse evento tão especial! Muito obrigada a toda a equipe envolvida na organização do festival!”, concluiu Mari e informando seu contato. www.instagram.com/espacootakunoie/
E para finalizar a seção Cosplay, Diogo Miyahara retornou para mais duas apresentações.
Depois, novamente prestigiando pratas da casa, além atenderem o escopo da integração BRJP, foi a vez de Silas Natanael fazer sua apresentação para deleite dos conterrâneos que cantaram algumas músicas junto com ele.

Na segunda apresentação da Banda Cosmos, à noite, logo após a quarta, do grupo Kawasuji Seiryu Daikô, sem necessidade de ensaio, em virtude da imensa qualidade de Nobuhiro Hirata, que seria a última atração do dia, num combinado entre eles, de forma espontânea, que justificou plenamente a qualidade de ambos, banda e cantor, apresentaram duas músicas que agradaram em cheio para animar o público ainda presente. Nessa segunda seção com a banda, de forma programada, cantaram Tomiko Teraoka, Alejandro Pomponio, Tadashi Watanabe, Naomi Maeda, Gustavo Maekawa Harano e Nobuhiro Hirata.
 
Com isso, o mestre de cerimônia, Kenji Kunitake, ao lado da apresentadora Kazue Takahira, agradeceu ao público ainda presente, convidou-o ao próximo ano e deu por encerrado o 1º Festival da Integração Brasil-Japão de Atibaia.

(Texto: Silvio Sano – fotos: do próprio e de Eduardo Kanai)

Silvio Sano

- ARQUITETO, pela Univ. Mackenzie (1974), tendo como auge o projeto executivo da arquibancada superior do Estádio Santa Cruz (Recife), em 1981/82; ESCRITOR (sete livros, um dos quais: Corinthians, 100 Anos - Gols Ilustrados); COLUNISTA e CHARGISTA, desde 1996; JORNALISTA, com MTb desde 2012; e, COMPOSITOR (haicais e versões em português de músicas estrangeiras);
- conhece o Japão por quatro óticas diferentes (bolsista, 1975; lua-de-mel, 1980; Univ. Nagoya, 1985/87; e. decasségui, 1989/92);
- um dos administradores dos sites Nikkeyweb e Portal Oriente-se.
- Palestrante (tema atual: Konflitos Nikkeis, mesmo após mais de um século);
- tem páginas no Facebook, Twitter, Instagram e canal no Youtube
- email: silvio.sano@yahoo.com

4 Comentários

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  • Conheço Silvio sano dos karaokês,admirava o pelas formas expressiva que se comunicava com seu público ,com humor e dinamismo.
    Convidei o, pela primeira vez aqui em Atibaia pelo motivo do 33° concurso de karaokê na qual sua esposa ,Kazue takahira veio participar .
    Pra minha surpresa ele fez um POST.no seu canal oriente-se do nosso taikai.
    Onde começou graças ao concurso,uma amizade e trocas de experiência e sabedoria .gratidão e satisfação ,é o que ganhei tomando frente desse 1° festival da integração Brasil Japão .arigatou gozaimashita!

    • Arigatou pelo convite para participar de seu excelente primeiro Festival, de uma série de muitos!
      Omedetou pelo sucesso conquistado e parabéns a toda Comissão Organizadora também, em especial à okusan e musume-tyán!
      Fazer a matéria foi apenas consequência do que também faço… rsrs

Assessoria Contábil

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KARATÊ

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