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Goiânia-A é a campeã do 1º Campeonato Pan-Americano de Gateball que consolida, de vez, a alta popularidade desse esporte a todas as idades!

Com a incrível participação de 51 equipes na categoria Sênior e 64 na livre, num total de quase 700 jogadores, foi realizado, nos dias 8, 9 2 10 de setembro de 2023, no estádio Toru Hondo, considerado o maior do mundo de gateball, localizado na Rua Leonardo da Vinci, 1251 – Vila Guarani, em São Paulo – SP, o 1º Campeonato Pan-Americano de Gateball, que teve também transmissão ao vivo, via Youtube, alcançando enorme sucesso com repercussão mundial e com a equipe Goiânia-A sagrando-se a primeira campeã desse evento, cuja sequência será no Paraguai.

Esse campeonato que também contou com a participação de equipes vindas da Argentina, Estados Unidos, Paraguai e Peru, muito bem organizado por seleta comissão organizadora, transcorreu praticamente dentro do cronograma anunciado, sem ocorrência de nenhum incidente.
Esse primeiro Pan começou a ser planejando em novembro de 2022 na Argentina, inicialmente na cidade de Misiones e prosseguindo depois em Buenos Aires, o que não foi fácil por envolver 5 países, ou seja, não sendo organização exclusivamente nossa, apesar de que a idealização do Pan-americano ter sido do nosso ex-presidente Seizi Oga, um sonho dele que conseguimos realizar agora!”, começou justificando essa realização, Julio Hagio, presidente da União dos Clubes de Gueitebol do Brasil (UCGB). “Graças a Deus, com empenho de todos, fechamos com chave de ouro essa realização. Tudo o que planejamos deu certíssimo”, prosseguiu aliviado. “O tempo também nos ajudou bastante. Não choveu e o clima estava até agradável. Mas só foi sucesso graças a todos os nossos colaboradores. Então só tenho a agradecer a toda nossa equipe de trabalho, à nossa diretoria, à nossa comissão organizadora, a todas as pessoas envolvidas nesse evento e, em especial, ao prof. Seizi Oga”, concluiu.

Com tantas equipes inscritas, o campeonato só foi possível ser realizado em dois dias graças às quatorze quadras disponíveis nesse estádio para jogos simultâneos de meia hora cada. Por isso a cada início de rodada o árbitro geral anunciava o início, metade, e a cada cinco minutos finais, pelo autofalante, de modo que todos os árbitros pudessem se inteirar do tempo transcorrido, a fim de os jogos poderem terminar simultaneamente, algo raro e muito interessante a leigos no esporte.

Assim se transcorreu, sábado e domingo, as fases classificatórias, além de na sexta-feira ter havido treinamento de reconhecimento das quadras e reuniões de representantes das equipes, até por se tratar de primeiro evento panamericano da história do gateball.

No sábado, antes do início das fases classificatórias ocorreram as formalidades de recepção para atletas e convidados e que, devido à quantidade de equipes foi realizada uma rápida Cerimônia de Abertura do Campeonato, com a presença de autoridades, tais como a de Chiho Komuro, Cônsul-Geral Adjunta do Japão em São Paulo; do ex-presidennte da UCGB e atual Membro do Conselho Consultivo, Seizi Oga, que ainda jogou no campeonato pelo Saga-B; do atual presidente da entidade, Julio Hagio, que também jogou por Caucaia-A; dos representantes da Argentina, Estados Unidos, Paraguai e Peru; do presidente do Bunkyo-SP, Renato Ishikawa; dos vereadores por São Paulo, Aurélio Nomura e George Hato

(Foto: Luci Júdice)
(foto: Luci Júdice)

Fase classificatória/ Torneio/ Final
Foi um período de muita intensidade porque todas as partidas eram eliminatórias com uma equipe de cada se classificando para a fase seguinte, com disputas acirradas e de muita vibração, até porque a torcida presente, conhecedora das regras e das estratégias, vibravam igualmente, ou até apupavam, a cada jogada dos jogadores, situações inéditas ao público leigo.

As torcidas e simpatizantes presentes:

O Jogo Final da Categoria Livre entre Goiânia-A e Carrão Kyoyu-A vencida pela equipe de Goiânia

As premiações:

Razões da popularidade cada vez maior do gateball, do aumento de jovens praticantes e do recorde de inscrições de novos atletas na UCGB

Julio Hagio, presidente da UCGB e jogador por Caucaia-A:
Esses jovens que estão praticando gateball hoje é devido também a um trabalho realizado pela UCGB, porque tem feito clínicas de gateball por todo o Brasil. Duas semanas atrás, uma equipe nossa esteve na cidade Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia, orientando alunos de uma escola municipal local. E estamos fazendo clínicas por todo o Brasil. Inclusive, para este ano não temos mais agenda de tantos pedidos que temos recebido para essas clínicas… e tem dado certo. Talvez por isso também, nesse último ano, conseguimos 400 novos adeptos de gateball que nunca o tinha praticado. Isso, graças ao trabalho da diretoria, do pessoal, das equipes em todo o Brasil. Hoje temos cerca de 60% jovens, mas no passado 70% eram sêniors, pessoal de idosos. Como puderam observar hoje, já conseguimos reverter, com a participação de muitos jovens, inclusive meninos participando da final. Isso, para nós, é uma vitória. Nós estamos plantando hoje para colher no futuro. E o futuro são os jovens. O gateball era conhecido como esporte para idosos, e muita gente o achava um esporte parado. Não! É muito dinâmico. Então, graças ao trabalho da UCGB, estamos conseguindo trazer novos adeptos. Nossa diretoria, na parte executiva, estamos com um pessoal em média de 60 a 67 anos e os demais diretores são abaixo de 40 anos, além de termos vice-presidentes em outros estados. Por isso nossa página no Facebook é constantemente atualizado e, ontem e hoje, fizemos transmissão ao vivo no canal do Youtube, onde muita gente já pode ver que não se trata de um esporte só de idosos. É isso que queremos passar ao povo. É o único jogo onde joga avô pai e neto no mesmo time! Isso é difícil em qualquer esporte. Então acredito que estamos no caminho certo.

Marcos Tulio Toguchi, de Goiaânia, vice-presidente da UCGB e capitão da equipe Goiânia-A, campeã do 1º Panamericano de Gateball:
Esse primeiro Pan-Americano que aconteceu no Brasil, com as presenças dos EUA, Argentina, Paraguai e Peru, foi muito importante para a difusão ainda mais desse esporte. Para nós, sagrarmos campeão, depois de mais de 20 anos treinando juntos, foi bastante representativo, e entendemos que não só estamos fortalecendo a equipe de Goiânia, o Estado de Goiás, mas com certeza, o gateball do Brasil… e do mundo todo com esse evento internacional, o que demonstra que o gateball agora está numa crescente. A conquista desse título para nós representa também um símbolo de nossa amizade que estamos juntos desde antes de 2000, quando conquistamos o título brasileiro pela primeira vez. E agora ganhamos o Pan-Americano.
O que nos atrai é porque se trata de um esporte muito dinâmico, um dos mais emocionantes que existem. Posso afirmar isso porque tive oportunidade de também praticar outros como o futebol, o tênis, o vôlei, etc., e o gateball, para mim, é o mais emocionante de todos que pratiquei.
A questão de o gateball ser um esporte de idoso, isso também é verdade porque é um esporte para todas as idades. Ou seja, até para idosos. Atinge a faixa de 6 a 90 anos.
O gateball foi criado no Japão em 1947, num cenário de Japão pós segunda guerra mundial, quando o país tentava se reconstruir e a depressão tomava conta dos adultos e também das crianças. Assim, esse esporte foi criado, a princípio, como uma atividade para alegrar as crianças, para que tivessem momentos de convivência social. Mas a gente percebe que vai além porque se trata de um jogo de união, mas também de muita estratégia. Tem a estratégia do xadrez, mas também a técnica da batida na bola, da colocação da bola.  Por isso, eu diria que como é um jogo muito interessante, convido a quem não conhece o gateball, para que venham participar.
Neste ano, no Brasil, tivemos a adesão de 400 novos atletas, filiados à UCGB, o que demonstra que o gateball está numa crescente. Tanto que a UCGB já se programa para se transformar numa confederação brasileira. Também já conseguimos ver sinais de que o gatebal poderá passar a ser uma das atividades para as escolas municipais, estaduais, alcançando todo o Brasil. Já existe até material do Sesc  que o divulga em apostilas, e tem ações para projetos pilotos em novas escolas de Goiás, assim como teve na cidade de Luis Eduardo Magalhães na Bahia, onde voluntários gatebolistas ensinam gateball para crianças das escolas municipais que, de tão interessante que é o jogo, tem prendido a atenção das crianças. E como é uma atividade lúdica que incentiva a interação social e o gateball foi criado num cenário de extrema pobreza, por isso esse esporte é composto por material extremamente barato. Eu, por exemplo, uso o meu taco há mais de 20 anos. Ou seja, você vai adquiri-lo uma vez só. A própria estutura da quadra é barata. No Japão é praticada também em praças, onde as pessoas levam basicamente as fitas e os gates que os colocam no lugar, com um conjunto de 10 bolas. Além disso, os tacos podem ser até revezados entre os atleta. Realmente, é um esporte muito barato… e muito saudável. O caro é apenas o deslocamento para participar dos torneios de outros clubes. Mais uma vez a UCGB, presidida por Julio Hagio tem trabalhado diuturnamente para levar o gateball onde as pessoas estão praticando. Tem até um grupo itinerante da UCGB. Qualquer cidade que esteja interessada em praticá-lo podem procurar a UCGB que disponibilizará uma equipe de voluntários para irem àquelas cidades, levando material necessário para explicarem sobre esse esporte.  Várias ementes já estão plantadas pelo Brasil. Estamos muito otimistas em relação ao futuro do gateball do Brasil.

Luciano Toshiro Watanabe, jogador da equipe campeã, Goiânia-A:
Para nós foi muito importante essa conquista, ainda mais por ser o 1º Pan-Americano de Gateball da história. Até estamos acostumados a jogar em torneios desde 1998, mas para nós, é sempre uma satisfação estar participando desses jogos com o pessoal. Melhor ainda é ver que o gateball do Brasil está crescendo muito. Isso é muito importante. Em Goiânia termos o pessoal na torcida, assistindo inclusive pelo canal do Youtube da UCGB, o que nos deixa mais contente ainda. Lá, abrimos uma escolinha, onde temos novos iniciantes. Por isso, essa conquista aqui é um motivo de muito orgulho para nós. Conseguirmos realizar essa conquista nos motiva ainda mais. Por isso, torcemos muito para que o gateball cresça. Goiânia também já fez muita história. Nós somos tetracampeões brasileiro dessa modalidade e jogarmos nesse primeiro americano e ainda o ganharmos foi o máximo para nós. Parabéns aos organizadores do torneio! Deu tudo certo!
O fato de se ter jogadores jovens participando é apenas a realidade do que virá. Hoje em dia as melhores equipes que se destacam na categoria livre são as que contam com pessoas mais jovens. Nos últimos 3/5 anos foram formadas muitas equipes com jogadores jovens. É o caso de Carão Kyoyu-A, que jogou essa final contra nós. Então é assim, é muito importante a participação dos jovens hoje. Quanto mais jovens vierem, maior será a longevidade desse esporte.
E para os idosos continuará a ser um esporte extremamente importante por continuar a ser o esporte popularizado por eles, por possibilitarem a eles se exercitarem física e mentalmente. Por isso temos muitos atletas de idade avançada com a cabeça muito boa, bem fisicamente, e muito animados para participarem do máximo de torneios possível, mesmo tendo de viajar para longe, inclusive para o exterior, só para jogarem.
Esse esporte mudou também muito a minha cabeça

A equipe de Juazeiro-A (Bahia) que havia se saído muito bem na fase classificatória no sábado, passando para as rodadas de domingo e, por essa razão estarem próximos de iniciarem sua próxima fase, atendeu à reportagem mesmo para esse depoimento curto:
Paulo Masahiro Okubo, capitão: “Somos todos moradores de Juazeiro, onde também temos uma associação (kaikan). Começamos a jogar gateball muito recentemente se comparado à maioria dos participantes deste campeonato. Mas estamos gostando de participar dessa primeira edição do Pan-Americano de Gateball a ponto de estarmos animados até a irmos ao próximo, no exterior. Mas quem determina são elas”, apontou para a esposa, que também joga na equipe, e às demais, jogadoras, que apoiaram a afirmação. “Sobre o gateball, posso afirmar que se trata de um jogo de muita estratégia, em que temos de pensar sempre em nossas próximas jogadas, mas também prever as intenções do adversário, como num jogo de xadrez”, completou;
Ana Hiromi Sato Okubo: “Para mim também foi uma ótima experiência. E estou mais contente ainda porque, para nossa felicidade, conseguimos nos classificar para a rodada de hoje”, afirmou satisfeita;
Eliza Midori Otsuka: “Até agora nos saímos muito. Agora é mantermos essa energia para até, quem sabe, podermos ir à final do campeonato”, afirmou otimista;
Kazumassa Mimura: “Estou gostando muito de participar desse 1º Campeonato Pan-Americano de Gateball, apesar de sermos dos novatos.  Mas em torneios a nível nacional, esta é a terceira vez que participamos e até agora, considero que estamos nos saindo muito bem”, mostrou confiança;
Miyuki Ebina Mimura: “Desde o começo, lá em Juazeiro, sempre jogamos juntos e temos participado de alguns  campeonatos nacionais, ganhando experiência. Esse panamericanos, das experiências, será a mais inesquecível”, garantiu.

Tomoko Shizukuishi Nakajima, capitã da equipe Saga-B, que foi até as quartas de final:
“Já participo do gateball desde há muito tempo. Hoje faço parte das equipes do Saga, que treinam quase que diariamente, neste mesmo estádio Toru Hondo, na Vila Guarani. Para esse campeonato conseguimos inscrever seis equipes do Sênior e, para a nossa felicidade, todas foram classificadas para as rodadas decisivas do domingo. Antes, cheguei a praticar o atletismo, mas a partir do momento que tive contato real com o gateball, nunca mais o larguei, até por minha própria idade. O interessante é que esse esporte nos possibilita trabalhar muito a cabeça devido às estratégias que devemos criar durante a partida tanto para atacar quanto para defender. Igual a um jogo de xadrez ou de majan, mas também de sinuca pelas batidas nas bolas. Sem contar que devemos adivinhar também as pretensões dos adversários. E como se trata de jogo de equipe, com cinco jogadores em cada equipe, é natural que alguma discussão ocorra entre os jogadores, mas dificilmente contra as arbitragens, apesar de serem três os árbitros por jogo. Mas também há muita vibração entre os jogadores quando as jogadas lhes agradam. É um esporte atraente e duradouro, para todas as idades”. (Tomoko Shizukuishi Nakajima, capitã da equipe Saga-B, que foi até as quartas de final)

Atsushi Abe, da Equipe Daipró Eventos, que transmitiu o campeonato ao vivo pelo canal da UCGB do Yotutube:
“Esse esporte, que não conhecia, só passei a acompanhar porque o presidente Julio Hagio nos chamou para um trabalho a um evento específico. Minha mãe e minhas irmãs até jogavam nunca tinha ido assistir a alguns jogos delas. Mas a partir do convite do presidente, comecei a entender um pouco dessa modalidade de esporte.
Esse esporte não é nem de força e nem de individualidade. É uma atividade em equipe, muito bem pensada, com muitas estratégias. Até brinco com o pessoal que chegam a usar estratégias de guerra. Os jogadores pensam demais. É também o que explica o tanto sucesso que faz com jityan batyan, né… porque exercitam bastante a parte física, mas também a mental. Ou seja, afugentando bastante essas enfermidades do cérebro e tudo mais, porque pensam demais para fazerem essas estratégias. Então, cada vez mais admiro esse esporte.
E por isso tudo também os jovens também estão começando a serem atraídos para ele. Os primeiros jovens, que cheguei a ver, levavam um coro dos jityans, mas já começaram a aprender bastante com eles. E como têm bastante agilidade têm se destacado bastante também. É um esporte que está em crescimento. Além disso, tem um presidente incentivador e muito organizado. Esse é o 1º Pan-Americano, e nesse estádio que é o maior do mundo! No ano passado, quase tiveram de alugar o campo de futebol lá embaixo, de tantas equipes inscritas. Por isso os aficionados do gateball tem toda minha admiração.”

O que é Gateball ou Gueitebol?
Para saber do que se trata esse esporte, de sua origem e das atividades promovidas pela UCGB e filiados, acesse sua página do Facebook (@UCBG.Oficial) ou ao seu site:
https://gateball.org.br/?fbclid=IwAR2esemN5YpwiX3BlXY3GRrmeUZ5HI5Jeil79cIJQMtS9ztLdx2XPTPlwg0

(Texto: Silvio Sano – fotos do próprio, de Luci Júdice e da página do Facebook da UCGB)

Silvio Sano

- ARQUITETO, pela Univ. Mackenzie (1974), tendo como auge o projeto executivo da arquibancada superior do Estádio Santa Cruz (Recife), em 1981/82; ESCRITOR (sete livros, um dos quais: Corinthians, 100 Anos - Gols Ilustrados); COLUNISTA e CHARGISTA, desde 1996; JORNALISTA, com MTb desde 2012; e, COMPOSITOR (haicais e versões em português de músicas estrangeiras);
- conhece o Japão por quatro óticas diferentes (bolsista, 1975; lua-de-mel, 1980; Univ. Nagoya, 1985/87; e. decasségui, 1989/92);
- um dos administradores dos sites Nikkeyweb e Portal Oriente-se.
- Palestrante (tema atual: Konflitos Nikkeis, mesmo após mais de um século);
- tem páginas no Facebook, Twitter, Instagram e canal no Youtube
- email: silvio.sano@yahoo.com

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