A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305/2010) e seu regulamento (Decreto Federal 7.404/2010)instituíram a logística reversa e a coleta seletiva como instrumento de desenvolvimento econômico e social. Neste contexto, os resíduos se tornaram um recurso valioso, seja porque eles podem se transformar em uma fonte de energia, em uma nova matéria-prima ou serem reutilizados. Assim, de acordo com a legislação vigente, deverão estruturar e implementar sistemas de logística reversa os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de forma a recuperar os seguintes produtos prioritários, uma vez terminada sua vida útil: defensivos agrícolas e suas embalagens, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes e suas embalagens, lâmpadas (fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista) e produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
Além disso, a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu o princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de maneira individualizada e encadeada, de forma que as embalagens devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem. Dessa forma, cabe aos respectivos responsáveis assegurar que as embalagens sejam: restritas em volume e peso às dimensões requeridas à proteção do conteúdo e à comercialização do produto; projetadas de forma a serem reutilizadas de maneira tecnicamente viável e compatível com as exigências aplicáveis ao produto que contêm; e recicladas, se a reutilização não for possível.
Este é um grande desafio para as empresas, pois elas deverão se responsabilizar por seus produtos também na etapa de descarte, e não somente ao longo da produção e comercialização. Há, portanto, a necessidade de desenvolver estratégias e processos para a recuperação desses itens. Neste cenário, os produtores precisam reconhecer as oportunidades para agregar valor aos seus materiais por meio da inovação. Como fornecedores e produtores de matérias-primas para a indústria de embalagens, estamos cientes dessa mudança, por isso buscamos oferecer soluções que sigam nessa linha.
A discussão no mercado sobre a sustentabilidade das embalagens está diretamente relacionada à etapa de reciclagem. No entanto, para embalagens mais sustentáveis é possível desenvolver soluções cujos benefícios são sejam exclusivos para a fase de reciclagem, como pacotes que mantenham a qualidade do produto desde sua produção até o seu consumo. Temos como exemplo o Ultramid, uma linha de poliamidas que melhora as propriedades das embalagens para que sua espessura seja reduzida enquanto a sua resistência mecânica permaneça inalterada. O desenvolvimento de estruturas e embalagens utilizando essa poliamida é feito com base nas necessidades dos clientes e nos requisitos dos produtos e apresenta uma relação direta com a redução da poluição no meio ambiente. Além disso, graças às suas qualidades de barreira, as datas de validade dos produtos podem ser aumentadas, melhorando a qualidade da cadeia de consumo.
Essas mudanças devem começar na cultura das grandes empresas, na sua maneira de produzir e criar produtos. A economia de materiais no momento da fabricação pode refletir uma melhora no meio ambiente. Além da reciclabilidade, a sustentabilidade das embalagens passa pela sua concepção, por exemplo, quando a espessura é reduzida, há uma diminuição do consumo de matérias-primas, sem o prejudicar as propriedades finais. Em outras palavras, as embalagens sustentáveis com melhores propriedades proporcionam múltiplos benefícios, pois reduzem o impacto no meio ambiente mantêm a qualidade do produto desde a produção até o momento em que é consumido. Na BASF, nosso foco é oferecer aos clientes soluções sustentáveis que melhoram a produtividade. Anderson Silva, engenheiro de materiais e coordenador de serviços técnicos na área de poliamidas da BASF América do Sul.
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