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Também nessas eleições a falha não foi da comunidade, mas das entidades líderes!

Pois é…
Quando abordo sobre eleições e candidatos nikkeis, sempre trago dois diálogos relativos que tive com dois políticos nikkeis. Um, com um recém-eleito deputado estadual, desconhecido da comunidade nipo-brasileira paulista até então; e, outro, com um ainda candidato à reeleição, este, muito conhecido da comunidade.
O primeiro, contou-me que, tão logo assumiu, “apareceram” em seu gabinete, na ALESP, algumas lideranças nikkeis da comunidade e já lhe dizendo que, como nikkei, teria a obrigação de ajudar a comunidade! “Como assim? Não me ajudaram a chegar até aqui e agora tenho essa obrigação?”, indignou-se. “Mas independentemente disso, no que puder, lógico que os ajudarei!”, contou-me mostrando equilíbrio.
O outro diálogo ocorreu pouco antes de se iniciar mais um daqueles inúteis debates do Bunkyô-SP, por ocorrer a uma semana do pleito. Perguntei ao candidato: “A essa altura do campeonato, que benefício te traz este debate quando deveria estar no front em busca de mais votos dos eleitores?”. Respondeu-me: “É verdade. Mas se não venho ficam bravos comigo!
Sempre faço questão de trazer esses diálogos porque são reveladores de como se portam as principais entidades e lideranças da comunidade nipo-brasileira paulista: não fazem militância para os elegerem, mas lhes cobram (EPs) se forem eleitos!
Já afirmei, e reafirmo, que o eleitor nikkei não tem nenhuma obrigação de votar em candidatos nikkeis… mas as entidades líderes e associações de modo geral, sim!… de fazerem militâncias para que o maior número de políticos nikkeis seja eleito. Até porque, ficando claro que foram eleitos dessa forma, os próprios se sentirão na obrigação de ajudá-las. Né, não?!
Já me disseram que o Bunkyô, como entidade, deve se manter neutra e que, por isso, não se manifesta politicamente nessas épocas. Concordo, mas dentro da comunidade que representa. Ou alguém acredita que as comunidades étnicas no país não puxam as sardinhas aos seus patrícios?
O Bunkyô não necessita “torcer” para esse ou aquele candidato nikkei, mas cá entre nós, pode dar um “jeitinho” para possibilitar maiores concentrações de votos a um grupo específico de candidatos.
Como? Organizando séries de debates, não com candidatos e nem a uma semana do dia D, mas com representantes de todas as associações cadastradas… ou não! E o escopo deveria ser exatamente esse, de como eleger o maior número de candidatos nikkeis possível. Simples assim!
Ou seja, melhor parar com esse tipo Miê (aparência) de debate a uma semana do pleito só para parecer que cumpriu seu papel, antes que seja tarde demais! Até porque, se tudo der certo, depois, na fotografia, todos sairão mais bonitos ainda! Perceberam ou preciso desenhar?
Vários amigos não descendentes já me afirmaram não entender como uma comunidade tão imensa como a de São Paulo, não consegue eleger 3 a 4 deputados… federais!, por vez!
Adivinhem minha resposta…

Silvio Sano

- ARQUITETO, pela Univ. Mackenzie (1974), tendo como auge o projeto executivo da arquibancada superior do Estádio Santa Cruz (Recife), em 1981/82; ESCRITOR (sete livros, um dos quais: Corinthians, 100 Anos - Gols Ilustrados); COLUNISTA e CHARGISTA, desde 1996; JORNALISTA, com MTb desde 2012; e, COMPOSITOR (haicais e versões em português de músicas estrangeiras);
- conhece o Japão por quatro óticas diferentes (bolsista, 1975; lua-de-mel, 1980; Univ. Nagoya, 1985/87; e. decasségui, 1989/92);
- um dos administradores dos sites Nikkeyweb e Portal Oriente-se.
- Palestrante (tema atual: Konflitos Nikkeis, mesmo após mais de um século);
- tem páginas no Facebook, Twitter, Instagram e canal no Youtube
- email: silvio.sano@yahoo.com

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