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Colapso na Saúde Hospital Nipo

 

“A falta de política pública centralizada para nortear as ações de combate ao vírus, a falta de política de vacinação em ampla escala levou o país ao colapso na saúde” diz Dr. Rodrigo Borsari

 

Desde o início da pandemia o Portal Oriente-se acompanha os altos e baixos do vírus Covid-19.  Muitos hospitais em São Paulo fizeram adequações para atender a demanda, porém os números de infectados são insustentáveis e a saúde no Brasil está na UTI. O Hospital Nipo-Brasileiro que fica na Zona Norte de São Paulo não foi diferente, a ocupação da UTI COVID: 100%, a ocupação UTI NÃO COVID: 100%, tem 25 pacientes aguardando transferência na emergência, 784 consultas no pronto atendimentos em 24horas (até o término dessa matéria).

O Hospital Nipo-Brasileiro é presidido pelo Dr. Sergio Okamoto, porém a entrevista foi concedida pelo Dr. Rodrigo Borsari, Gerente Médico e Porta-voz médico da instituição. Doutor Borsari afirma que aumentou em 60% a capacidade de leitos na terapia intensiva, em 100% os leitos destinados aos pacientes com covid-19, 93% as poltronas para medicação no Pronto Atendimento, 100% os leitos de Emergência do Pronto Atendimento. Confira a entrevista.

 

 

Portal Oriente-se: O Hospital Nipo-Brasileiro é a principal referência de atendimento Humanizado e qualidade técnicas de seus profissionais na Zona Norte de São Paulo. Quais fatores levaram o complexo a ser considerado referência e como vocês estão lidando com uma doença sobre a qual ainda se sabia tão pouco há um ano?

Dr. Rodrigo Borsari:  Nosso maior ativo são as pessoas. Nossos colaboradores são selecionados das principais Instituições de Formação acadêmica do nosso País, principalmente USP e UNIFESP e são colaboradores de longa data na Instituição. São pessoas dedicadas ao Hospital e que mantem um sentimento além da relação Trabalhador / Empregador. Quanto a lidar com a COVID, desde o início estamos ouvindo nossos especialistas e seguindo as orientações dos órgãos responsáveis e as melhores evidencias cientificas produzidos no mundo todo. Estamos fazendo o que tem de melhor e mais bem estabelecido para tratar os pacientes críticos, com todo cuidado que eles merecem e que aprendemos ao longo dos últimos 31 anos. Ou seja, não desperdiçamos esforços em promessas terapêuticas ou tratamentos potencialmente inseguros.

 

 

Portal Oriente-se:  E, com o passar do tempo, em termos de estrutura, como o hospital aumentou sua capacidade de atendimento?

Dr. Rodrigo Borsari: Aumentamos em 60% nossa capacidade de leitos de terapia intensiva, em 100% os leitos destinados aos pacientes com covid-19, 93% as poltronas para medicação no Pronto Atendimento, 100% os leitos de Emergência do Pronto Atendimento. Aumentamos ainda a quantidade de profissionais médicos, de enfermagem e fisioterapia para assistência direta a esses pacientes.  Ampliamos a oferta de exames diagnóstico para COVID-19 e aparelhos de suporte ventilatório. Nesse momento trabalhamos para entregar mais 12 leitos de terapia intensiva para o início de abril e ampliar nossa recepção, atendimento e salas de exames do Pronto Atendimento

 

 

 

Portal Oriente-se:  Qual o perfil de pessoas que chegavam à UTI no início da pandemia e o que mudou nestes últimos meses?

Dr. Rodrigo Borsari: A maioria é de pacientes acima de 60 anos e com doenças crônicas concomitantes. Isso não significa que não temos pacientes jovens entre 30 e 60 anos. Nesse momento de piora a percepção é de casos mais graves e pacientes mais jovens com necessidade de terapia intensiva. Mas ainda precisamos de analise para ratificar essa informação

 

 

Portal Oriente-se:  Um ano desde que o coronavírus chegou a São Paulo, e estamos vivendo o momento mais grave dessa pandemia. Quais fatores colaboraram para esse cenário?

Dr. Rodrigo Borsari: A falta de política pública centralizada para nortear as ações de combate ao vírus, a falta de política de vacinação em ampla escala e a falta de colaboração da população em atender os apelos dos Setores de Saúde em aplicar o uso correto de mascarás e distanciamento social, evitando aglomeração.

 

 

Portal Oriente-se:  Quais atitudes o cidadão deve tomar para se proteger e proteger seus próximos do vírus?

Dr. Rodrigo Borsari: Realizar o uso correto de mascaras, respeitar o distanciamento social, sempre que possível se isolar em casa e higienizar sempre e de forma adequada as mãos

 

 

Portal Oriente-se:  Nas mídias sociais e imprensa, que as mortes confirmadas da covid-19 ocorreram em razão de outras comorbidades e questionam os números, muitas vezes até duvidando do diagnóstico. Como o senhor vê essa questão?

Dr. Rodrigo Borsari: A relação de causa e efeito de um agravo a saúde como principal motivo do óbito, sempre foi e sempre será um desafio até mesmo para especialistas. No entanto, isso não deve ser utilizado para o negacionismo frente a Pandemia. Pode haver óbitos indevidamente relacionados ao COVID-19, assim como outros subnotificados pela falta de confirmação laboratorial. Mas a atual situação do setor de saúde é uma evidência irrefutável da morbimortalidade do vírus

 

 

Portal Oriente-se:   Estamos no cenário de crise e escassez na saúde. Como lidar nesse panorama do ponto de vista de gestão hospitalar?

Dr. Rodrigo Borsari: Prover os materiais, equipamentos e medicamentos necessários para os profissionais da linha de frente, atualizando diariamente as necessidades de cada setor. Realizar de forma ágil algumas reestruturações, sempre que possível, na infraestrutura interna para aumentar a capacidade de absorção e acolhimento dos pacientes que necessitam

 

 

Portal Oriente-se:    Nos 33 anos de operação do HNB, a instituição já passou por uma situação desta proporção, de UTI lotada?

Dr. Rodrigo Borsari: Ocasionalmente essa é uma situação que ocorre a depender da demanda. No entanto, o gerenciamento de leitos sempre conseguiu equacionar esses picos com a transferência segura de alguns pacientes para serviços que tenham a estrutura necessária para atendê-los. Nesse momento, a transferência para esses serviços está impossibilitada pela saturação de todo sistema.

 

 

Portal Oriente-se:  Sabemos que no geral muitos profissionais de saúde contraíram a covid-19 na atividade da profissão. Quais as medidas tomadas para a prevenção no HNB? Houve reposição desses profissionais?

Dr. Rodrigo Borsari: As medidas desde o início foram ofertar as melhores opções em EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) aos nossos colaboradores e manter os pacientes internados em leitos isolados. No caso de afastamento, sempre houve a reposição do quadro para continuidade da operação, seja por contratação temporária ou remanejamento entre os setores

 

Portal Oriente-se:  Para finalizar, qual o maior desafio do HNB neste momento?

Dr. Rodrigo Borsari: Nosso maior desafio é prestar assistência a todos os pacientes que nos procuram pelo Pronto Atendimento, sem deixar faltar equipamentos e medicamentos. Nesse momento, os itens críticos são as medicações de relaxamento muscular para os pacientes entubados e os respiradores, além da limitação de leitos de terapia intensiva.

 

Diante de um cenário muito delicado, crítico onde “vidas brasileiras importam”, a melhor e simples atitude é usar máscara, higienizar as mãos com álcool e gel, manter o isolamento social e evitar aglomerações, são as medidas que mais ajudam a evitar uma infecção pelo coronavírus.

 

 

Assessoria Contábil

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KARATÊ

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