Consecutiva, porque a associação nunca parou de realizar seus taikais, nem mesmo na época da pandemia por se valer da realização de forma virtual. Mas a razão para se manter a sequência de numeração das edições foi porque, apesar de nesse formato (virtual), os dois realizados naquele período tiveram repercussão equivalente aos dos presenciais de até então. O primeiro, em 2021, que equivaleria ao 35º taikai, contou com 374 cantores; e o segundo, em 2022, equivalente ao 36º, teve 382 cantores participantes, razões suficientes para se manter a contagem das edições de seus eventos.
Assim, de volta ao formato presencial, o 37º Taikai Nikkei Halley Karaokê, foi realizado no dia 1º de outubro de 2023, no auditório da Associação da Província de Shizuoka, situada na R. Vergueiro, 193 – Liberdade, São Paulo – SP, e contando com a impressionante marca de 415 cantores inscritos, confirmando o respeito que a comunidade do karaokê mantém para com a associação, por sua história e sequência de bons eventos realizados desde a fundação, em 1986, quando, logo no primeiro, além do também caráter beneficente, teve a participação de 209 cantores, número excepcional para a época.
Conheça, antes, um pouco da história da Halley, cujo nome foi inspirado no próprio.
Foi no dia 11 de janeiro de 1986 que um grupo de amigos do karaokê, Shiroto Mori, Emília Fukuda, Teruo Masumoto, Fumi Suzuki, Selina Akiko Takahashi, Thissato Yamaji, Yoshiko Mori, Marta Takeshi e outros, se reuniram na residência de Masumoto, com o intuito de criarem uma nova associação de karaokê. Eles, que já participavam de outras, ao criarem essa, resolveram batizá-la de NIKKEI KARAOKÊ HALLEY, em homenagem ao cometa, por sua aparição na época. Em seguida, estabeleceram o formato à nova associação, com regras, disciplina, taxa de inscrição e até logomarca (criada por Fumi Suzuki, que já sugerira o nome). No começo usaram o equipamento de karaokê emprestado de Takaaki Sakimoto e o espaço para treinos no salão de festas, cedido pelo casal Jorge Takahashi e Selina Akiko.
A primeira diretoria, eleita por aclamação, foi composta por: Paulo Yamaji, presidente; Teruo Masumoto e Yasunori Shiraishi, vices; Jorge Uesato, tesoureiro; Milton Fukuda e Yoshiko Mori, secretários; e, Thissato Yamaji, diretora social.
Seus presidentes, desde então, foram: Paulo Yamajji (1986 a 1991); Hirofumi Shimizu (1992 a 1993); Paulo Yamaji (1994 a 1995); Hirofumi Shimizu (1996 a 1997); Paulo Yamaji (1998 a 2011); Hadime Yokota (2012 a 2019); e, Kazuo Sekito (2020 em diante).
Em 20 de abril de 1986, realizaram o 1º Halley Karaokê Taikai. Foi no auditório da Associação Saga com enorme repercussão na comunidade nipo-brasileira pelo caráter beneficente ao Hospital Nipo-brasileiro, que estava em construção. O Corpo de Jurados foi formado por: Hiroshi Nakashima (presidente), Mitsuko Nakashima, Yoshinobu Kassahara, Wilson Veiga Arambul, Tiyoko Matsumoto, Mário Inoue e Yassuhiro Yamaguti.
Nos primeiros anos, a orientação musical ficara a cargo do prof Shiroto Mori, mas anos depois, tendo de ir trabalhar no Japão e, portanto, se desligar da associação, por indicação dele próprio, as aulas passaram a ser ministradas por Teruo Masumoto e Irene Sacayemura, às sextas-feiras; e por Paulo Yamaji, aos sábados.
Em 1993, a associação resolveu deixar o salão cedido pelo casal Takahashi, para se estabelecer em local neutro. Foi quando começaram as dificuldades para fixação de um endereço ao grupo. Cerca de dois anos após, com incertezas, algumas mudanças de local e até risco de desativação, pela persistência de Mitsuko Hori, e apoio de Jorge Miyahara, conseguiram se estabelecer no Osaka Naniwa Kai, onde permanecem até hoje.
Os seis primeiros taikais foram realizados na Associação da Província de Saga (1986 a 1991), mas a grande maioria foi na Associação Osaka Naniwa Kai (de 1992 a 2001 e de 2008 a 2020). Outros seis, na Associação Hokkaido (de 2002 a 2007); e, o último (2023), na Associação da Província de Shizuoka; além dos dois virtuais de 2021 e 2022.
O Halley na vida de alguns associados e ex-associados
Kazuo Sekito, atual presidente: “Por ser membro recente, não tendo ainda minha própria história na associação, vou me restringir ao período que estou aqui, deixando claro que ‘não sou presidente, mas estou presidente’ por circunstância de momento, por ninguém ter aceito essa responsabilidade. Na minha gestão, priorizamos o karaokê para levar nossos associados a progredirem como cantores amadores. Por isso determinamos que todos devam receber instruções da Irene sensei por duas passagens com ela. Pelos resultados obtidos por nossos associados, nos taikais, tem dado certo. É a razão de limitamos a entrada de novos associados, não apenas para o número de cantores ser suportável para a sensei, como para mantermos a qualidade desse ensino. Durante a pandemia, e mesmo pós-pandemia, podemos afirmar, com certo orgulho, que nossa associação foi bastante produtiva. Logo no início (da pandemia), iniciamos treinos semanais de karaokê de maneira virtual. Efetuamos treinamentos individuais aos associados, bem como à Irene sensei, na utilização da ferramenta de reunião virtual. O passo seguinte foi organizar o primeiro taikai virtual. Foi quando também resolvemos fazê-los com cunho beneficente. As entidades beneficiadas foram o Hospital SBC, no primeiro (2021); e a Kodomo no Sono, no segundo (2022). Com esses eventos beneficentes, conseguimos uma motivação adicional aos seguintes, unindo o hobby prazeroso do cantar com uma finalidade útil.”
Soske Umezu, vice-presidente: “Sempre fui aficionado de músicas japonesas. Desde pequeno, quando morava em Santo Antônio do Pinhal/SP, nas festas de final de ano da colônia, subia ao palco do kaikan para cantar. Muitos anos depois, já formado em engenharia eletrônica, tive oportunidade de assistir à aula de canto de um amigo com seu professor. Foi quando soube dos concursos de karaokê. De imediato, tornei-me aluno do prof. Massashi Suguita e, desde então (1993), tenho participado de concursos, aos quais o Halley foi determinante ao meu desenvolvimento e complementação das técnicas de canto. O professor Teruo Masumoto, com sua paciência, ensinou-nos a leitura de partituras musicais, solfejo, leitura de notas musicais, acentuação métrica musical, entonação musical, afinação, ritmo e, principalmente, a compreensão daquilo que está sendo cantado. O professor Paulo Yamaji, gostava de ouvir os cantores e chamava atenção aos tempos musicais, à condução da música e, principalmente, à inicialização e finalização. A professora Irene Sacayemura dispensa comentários. É completa em todos os sentidos. Tem o dom da percepção musical e a acuidade de ouvir o instrumento de fonação dos cantores. Chama a atenção na soltura de voz, ao uso do diafragma para a sustentação vocal, à necessidade de suavização de voz, à impostação vocal e ao uso de cavidades de ressonância da voz. Por fim, cumprimento a todos os filiados do Halley a quem dedico humildemente o meu agradecimento pela agradável companhia e incontestável solidariedade em todas as atividades. A associação proporcionou-me momentos de prazer e convívio social, principalmente nos eventos de festas e viagens a passeio. Muitas amizades floresceram. Sou grato imensamente por pertencer a esse grupo.”
Emilia Satie Watabe, tesoureira, desde 1992: “Entrei no Halley em setembro/1990. E desde Janeiro/92 tenho sido 1ª tesoureira. Tenho os nomes de todas as pessoas que passaram pelo Halley. Após sairmos do Espaço nos emprestado pelo casal Jorge Takahashi/Selina, de 1994 a 1996, mais ou menos, o Halley ficou na rua Araré, na Chácara Inglesa, que se localizava perto da casa do Yamaji san. Depois, procuramos um lugar que ficasse perto do metrô e, no final de 1996, acabamos encontrando uma sala comercial na rua Afonso Celso, esquina com a Rua Loefgreen. Fizemos a reforma dela, onde ficamos no período de 1997 a agosto de 2013 quando, graças à ajuda do Jorge Miyahara e Mitsuko Hori, mudamos para o Osaka Naniwa Kai, na Rua Domingo de Moraes, perto da estação Vila Mariana do Metrô, onde estamos até agora. Para sairmos da Afonso Celso tivemos de pagar a multa de rescisão do contrato. Mesmo assim foi melhor do que ficarmos lá porque o aluguel era muito alto e com isso poderíamos acabar com toda a reserva do Halley. E isso não ocorreu antes porque, durante certo tempo, contamos com apoio financeiro do genro da senhora Katsuko Toyofuku que bancou parte das despesas desse aluguel. Assim foram nossas mudanças desde a saída da residência do casal Takahashi até a fixação definitiva no Osaka Naniwa Kai.”
Irene Sacayemura, professora: “Não faço parte dos idealizadores do grupo Halley, mas me considero uma das fundadoras porque os conhecia e tão logo se decidiram pela fundação já fazia parte. Portanto, estou com eles desde o início. Até cantei no 1º Halley Karaokê Taikai, no Saga, três meses após sua fundação… e já representando o Halley. Aliás, cantei também nos dois seguintes, sempre como Halley. Só alguns anos após, com a saída do Mori sensei, que foi para o Japão, e também a pedido dele, é que comecei a dar aulas no Halley, nas sextas-feiras, à noite, revezando com o Masumoto sensei, que assumiu da mesma forma que eu. Assim como todos os grupos ainda em formação, apesar de o primeiro taikai ter sido excepcional em todos os sentidos, inclusive no valor arrecadado em prol do Hospital Nipo-brasileiro, o grupo chegou a enfrentar problemas para se ter um endereço fixo como sede. A sorte, no início, foi termos contado com a gentileza do casal Takahashi que nos emprestou o salão de festas da casa deles. Mas não podendo ficar lá para sempre, e depois de algumas mudanças de localização, contando com a dedicada Mitsuko Hiro que acionou o Jorge Miyahara, finalmente conseguimos a autorização para utilizarmos o Osaka Naniwa Kai, onde estamos até hoje. Apesar dos probleminhas que todos as associações têm, considero o Halley um grupo exemplar, até por sua história.”
Yoshiko Mori, fundadora, associada: “Meu marido Shiroto Mori e eu, fizemos parte do grupo de fundadores desde a primeira reunião na casa do Masumoto. Muito antes, o Mori, que era músico desde quando morava no sítio, já dava aulas de karaokê. Como para dar aulas de canto era difícil manter local fixo, ele mudava muito de local. A sorte dele é que seus alunos o acompanhavam para onde quer que fosse e dentre eles estava a Selina Takahashi que, certa vez, ofereceu o salão de festas da casa dela para isso. Todos gostaram do lugar. Como além da própria Selina, dentre os alunos estavam Masumoto e mais alguns daquele grupo com a intenção de criação da associação, a tendência natural, com o aval do casal Takahashi, foi transformar aquele local em sede do Halley. O Mori sempre gostou de ajudar as pessoas, razão de nunca cobrar nada dos alunos. Com o Halley formado e ele oficializado orientador musical, foi ficando. Mas um dia tivemos de ir para o Japão a trabalho e então, tendo de se desligar do grupo, pediu para Masumoto e Irene assumirem o lugar dele. Por isso, por termos ficado muito tempo afastados, não sou a pessoa adequada para falar sobre a associação. Tanto, que nem pude estar presente no taikai dos 20 anos, em 2005, quando o Halley homenageou seus fundadores. Meu marido, que tinha retornado, foi homenageado, eu não… rs. Se bem que fui, depois, no 30º Taikai… rs. Mas por ter participado dos primeiros taikais, posso afirmar que o Jorge Miyahara foi peça fundamental para eles. Aqueles troféus da foto, todos, foram conseguidos por ele, assim como a maior parte das doações em dinheiro. E foi muito! Por isso não me esqueço de como o Dr. Tadashi Takenaka, diretor do Hospital Nipo-brasileiro, ficou muito emocionado ao receber aquele valor para as obras. Até brinquei que esquecemos de separar um ‘pouquinho’ para comprarmos nosso primeiro equipamento de karaokê… rs, O caráter beneficente se repetiu nos dois seguintes, cujos 100% dos valores arrecadados foram doados, ambos, à entidade Kodomo no Sono. Isso sempre foi o Nikkei Karaokê Halley!”
Hadime Yokota, ex-presidente (2012 a 2019), associado de honra: “Por minha lembrança, o início se deu porque um pequeno grupo do Oriental Karaokê, dentre eles, Shiroto Mori, Teruo Masumoto, Paulo Yamaji, e outros mais, estavam insatisfeitos com essa associação e decidiram criar um outro. As primeiras reuniões foram feitas na casa do Masumoto. Mas e qual seria o nome? A sorte é que, naquela época o cometa Halley passaria pelo céu do Brasil. Daí, a Fumi Suzuki sugeriu o nome do cometa para o do grupo, imediatamente aprovado por todos. Como o Mori já dava aulas na casa do casal Paulo Takeshi e Marta, com esse nome já adotado consideramos lá como o local do Halley, até recebermos a oferta do casal Takahashi (Jorge e Selina), para usarmos seu salão de festas. Depois de algum tempo, em busca de um endereço fixo e neutro, saímos da residência do Takashi e mudamos para a Liberdade, mas não conseguíamos nos fixar. Até chegamos a usar a casa do Masumoto, novamente. Até que por fim, chegamos ao Osaka Naniwa Kai. Como todos eram muito unidos, mesmo com a questão da falta de elevador, fomos ficando lá, onde estamos até hoje.”
Thissato Yamaji, fundadora, ex-associada: “Faço parte do grupo dos fundadores e fui também a primeira diretora social do Halley. Meu marido, Paulo Yamaji, foi o primeiro presidente e, depois também por três gestões diferentes. Considero marcante o primeiro taikai, no Saga, em 1986, não apenas pelo pioneirismo, como também pelo resultado financeiro alcançado para contribuir às obras de construção do Hospital Nipo-brasileiro. Até aproveito para agradecer ao Jorge Miyahara, que nos garantiu esse excelente sucesso logo no primeiro. Ou seja, do Halley, só tenho ótimas lembranças, principalmente das excursões que realizávamos todos os anos… rs, e porque foi significante na vida do Paulo. Porque, logo após se aposentar, levava uma vida monótona. Quando muito jovem ele gostava de cantar, mas parou depois que começou a trabalhar. Vendo-o sem nenhum hobby, resolvi começar a cantar com o intuito de incentivá-lo, pois sabia que ele gostava muito. Não foi preciso esforço para que começasse a participar dos concursos. Em 1986, o prof. Shiroto Mori, seu amigo da época dos nodojimans com gakudan, convidou-o a criar esse novo grupo, Nikkei Karaokê Halley, nome inspirado no cometa que passara naquele ano. O Halley nasceu pequeno, mas logo foi crescendo, e a grande motivação do Paulo era ver que todos os associados se emprenhavam genuinamente na realização dos taikais. Vários deles aconteceram sob sua liderança, e sempre ficava muito feliz quando, ao término, via no rosto das pessoas a satisfação, a sensação de que o esforço de todos tinha valido a pena. Halley era a vida dele! Sempre foi muito grato aos amigos que fez no mundo do karaokê, os companheiros jurados, mas especialmente aos do Halley, seus associados e senseis. Dentro de casa, foi um homem de poucas palavras, responsável por uma família grande. Sempre se esforçou muito para amparar seus pais e ser exemplo aos filhos, mostrando o caminho da honestidade e da ‘vida correta’. Foi um bom homem e agora está em paz! Lá de cima, deve estar sorrindo e muito orgulhoso do trabalho que continua sendo feito com tanto carinho pelo pessoal do Halley. Tenho certeza de que está torcendo pelo sucesso de mais um taikai!!”
Teruo Massumoto, fundador, ex-associado: “Tenho ainda muitas boas lembranças da convivência com o Halley até por tudo ter começado em casa. As primeiras reuniões foram em casa. Antes disso, já era aluno do prof. Mori que dava aulas na casa do casal Paulo Takeshi e Marta. Como outros alunos mais do prof. Mori, inclusive a Selina Takahashi, também tinham em mente formar uma nova associação, com a liberação do salão, pelo casal, para esse fim, o Halley foi fundado usando esse espaço para local de treinamentos. Mais ou menos assim, nasceu o grupo que, depois adotou o nome de Nikkei Karaokê Halley, sugerido por outra aluna Fumi Suzuki. Anos depois, o Halley resolveu sair para buscar uma localização neutra, mas até acertar com o Naniwa, chegamos a mudar algumas vezes de lugar. Tornei-me professor do Halley por determinação do Prof. Mori pouco antes de ele ir para o Japão. No começo fui um seguidor dele. De tanto que o ajudava, um dia ele chegou a me dizer que eu deveria assumir o lugar dele quando parasse. Por isso que quando foi para o Japão passou essa tarefa para mim… e também para a Irene Sensei, efetivando-nos como professores de lá. O Yamaji sensei também ajudava nas aulas, aos sábados E prossegui firme porque considerava uma obrigação me imposta por ele… rs. Por isso, nesse período, estudei muito e levava até partituras e fitas cassetes para ensinar aos alunos de maneira adequada. Eu, o Mori, e também o Yamaji, tínhamos mesmas idades (dônenpai) e nos dávamos muito bem. Por isso sempre falava que ‘o presidente do Halley era o Yamaji, mas que quem mandava mesmo era o Mori’… rs.
Mitsuko Hori, ex-associada “Antes de entrar no Halley, em 1990, cheguei a cantar nos três primeiros taikais por outras associações (São Judas e Miyashita). Entrei na associação a convite do professor Paulo Yamaji a quem sou muito grata até hoje porque, como sempre fui uma pessoa muito tímida, ter vindo contribuiu muito para ajudar a me desinibir e até a cantar melhor. E tão logo entrei no Halley, ele já me colocou para ser secretária e, depois, também como apresentadora em taikais. Justo eu que mal sabia falar? Mas foi assim. Tinha de ser assim… para superar os obstáculos. E acho que os fui superando porque, quando me desliguei, recentemente, era vice-presidente dessa associação que amava muito. Tudo que fazia era em função dela. Por isso, em 1993, quando ficamos quase sem rumo, sem endereço fixo e na iminência de até nos desfazermos, não conformada, resolvi procurar um local por toda a cidade para nos fixarmos de vez. Apesar de meu problema físico, de movimentação dos membros inferiores, visitei vários locais e associações, mas sempre havia alguma restrição, ou ligada ao acesso ou à segurança pública. Até que conclui que o lugar ideal seria onde já vínhamos realizando os últimos taikais: Osaka Naniwa Kai! Mas o administrador não queria nos alugar para esse fim, alegando que passaria por uma reforma e que mesmo após a reforma não nos disponibilizaria. Então resolvi procurar o Jorge Miyahara porque sabia que era muito amigo do presidente do Naniwa. Na hora, ligou para ele que, de imediato, nos liberou o uso de alguma sala no kaikan. Foi uma grande conquista! Tanto que o Halley permanece lá até hoje. O único senão é que, na época, só podíamos utilizar o salão do andar de cima… e lá não tem elevador! Com isso, as pessoas de idade ou com problemas como eu, e depois o próprio Yamaji, que passou a usar cadeira de rodas, teriam dificuldades no acesso. Mas isso era o de menos a um grupo tão unido como esse. Por isso ficamos! Hoje o Halley está no térreo, mas o problema de estacionamento persiste, apesar de próximo do metrô. Retomando ao Halley, como sempre fui muito grata ao prof. Yamaji, no ano que faleceu, escrevi o texto que consta no livro-programa do 27º Halley Karaokê Taikai (2012), como mensagem-póstuma do Halley para ele. Arigatou, Yamaji-san! Arigatou, Halley!”
Jorge Miyahara, parceiro nos primeiros taikai: “Com relação ao Nikkei Karaokê Halley, atendendo ao pedido do meu primo Paulo Yamagi, fui parceiro do grupo nas realizações do primeiro ao décimo concurso de karaokê do Halley. Na ocasião, era empresário no ramo de alto-falantes e estamparia, pioneiro no ramo. Em função disso pude bancar todas as despesas do evento. Foi o primeiro Taikai com participação de mais de 200 cantores e com maior número de troféus, cerca de 130. Premiamos todas as crianças e idosos. O resultado foi a maior contribuição em dinheiro oferecida para a construção do Hospital do Enkyo. Ao taikai, foi entregue sanka-sho, uma sacola com vários produtos, para todos os cantores. Foi o primeiro karaokê a usar computador para anunciar resultados. Não acostumado, o pessoal ficou abismado com a agilidade para a realização da Contagem de notas dos cantores. Forneci todos os troféus do primeiro ao quinto taikai do Halley.”
Kenji Miyamura, ex-associado: “Não faço parte do grupo de fundadores por muito pouco, porque já conhecia o prof. Mori desde antes e até cantei no 3º Halley Karaokê Taikai, em 1988, já como Halley. Por isso, acho que me associei ao grupo Halley nesse mesmo ano. Fui convidado pelo próprio prof. Mori. Recordo-me que logo me senti à vontade e percebi que se tratava de um grupo admirável, de mesmos ideais a favor do bom karaokê. Cheguei até a ser diretor de lá e também apresentador em taikais. Se não me engano, a maioria dos fundadores são dissidentes do Oriental Karaokê. Também vim de lá. No início, a sede do Halley ficava num salão, no fundo da residência do Takahashi que era engenheiro civil e onde mora até hoje. O professor Mori, sempre foi muito requisitado para dar aulas, inclusive em outros estados como, certa vez, foi para Minas Gerais, com tudo pago, passagem e estada. Os professores do Halley, foram o Mori, o Masumoto e por fim, Irene Sacayemura, que permanece até hoje. Ah! O Yamaji também, que dava aulas, aos sábados. Para mim, o Halley sempre teve bons dirigentes. Por isso é sempre muito respeitado como grupo e eficiência na organização de seus taikais.”
Como foi o 37º Taikai Nikkei Karaokê Halley
Com início cumprido conforme programado, a primeira cantora, Fugie Tengan, se apresentou exatamente às 8h, com direito a repeti-la após o último cantor do grupo. Apesar da chuva quase torrencial da manhã, quase não houve faltas nesse período. Com a previsão dos mais de 400 cantores inscritos e contando com uma comissão organizadora experiente e rigor no cumprimento do cronograma, o evento transcorreu sem incidentes ou anormalidades, mas devido a algumas ausências no período da tarde o evento até acabou se encerrando pouco antes do horário programado.
A satisfação de toda a Comissão Organizadora por mais essa realização está bem refletida nas palavras do presidente da associação, Kazuo Sekito. “Tivemos a plateia cheia durante o dia inteiro, todos curtindo o evento e reencontrando, com muita alegria, os velhos amigos. Conseguimos alcançar os objetivos deste taikai beneficente: arrecadar alguns mantimentos e produtos de higiene durante o evento. E tão logo o balanço esteja fechado, estaremos depositando todo o lucro apurado na conta da Sociedade Beneficente Casa da Esperança, Kibô-no-iê. Toda a comissão trabalhou focada, cada um em sua atividade, e ao final do dia, apesar de cansados, todos se deram por satisfeitos pelo trabalho bem feito. Por isso agradeço e parabenizo a todos pelo sucesso que obtivemos em todos os aspectos.”Sem maiores incidentes, encerramos o 37º Taikai Halley, com muita alegria e satisfação.
O Corpo de Jurados foi formado por: Claudio Tsutiya, Kimico Hirai, Fusako Hara e Tsugiko Hongo que, devido ao número de cantores, como forma de prevenção trabalharam no esquema de revezamento, sem paradas para almoço e janta.
Os responsáveis pelo encaminhamento dos cantores ao palco foram: Kazue Takahira, Luzia Naomi Matsuo e Tadashi Takemoto.
A Sonoplastia ficou sob a responsabilidade da Kitsuwa Som (Akira Kitsuwa e Kevin Kuwahara) e a Contagem a cargo de Kaho Informática (Eiko Hojo e Yoshie Kakeshita).
À Abertura Oficial compuseram a mesa, Kazuo Sekito, presidente da Comissão Organizadora; Tiyomi Takase, presidente da UPK; Sergio Sato, assessor do vereador Aurélio Nomura; e, Cláudio Tsutiya, presidente do Júri, quando todos puderam saudar o público presente.
Além da programação normal, o público foi brindado com dois shows de cantores conhecidos e consagrados no meio karaokê que, dessa vez, se apresentaram também como duetos: Ayako&Kaju e Ayako Kamimura; e, Naomi Maeda & Harumi Miyamura.
Logo após os shows o presidente Sekito deu por encerrado o evento para, em seguida, realizar as últimas premiações do dia.
Abaixo, algumas imagens do evento e, logo após, a Lista dos Campeões.
Lista dos Campeões por Categorias
Categoria | Nome | Música |
B 7 e 6 | TETSUJI TAROMARU | TABISUGATA SANNIN OTOKO |
A 8 e A 7 e A 6 | MARIO KUBO | OOSHO |
ESP 10 e 9 | YOKO KIMURA | TANIN BUNE |
EXTRA 10 e 9 | HARUMI SATO | ZASSO NO UTA |
SUP EXT 10 | EIICHI SUGAHARA | HAKONE NO ONNA |
SUP EXT 9 | TADASHI ANDO | NAMIDA GAWA |
ESPECIAL 8 | TAKAO TAKAHASHI | FUUSETSU NAGARETABI |
EXT 8 G2 | YURIKO KOGASHI | SHIAWASE WA SUGU SOKONI |
EXT 8 G1 | LUIZ HAYASHI | ISARIBI NO YADO |
SUP EXT 8 | SETSUKO HIRAHARA | HAHA KOI GARASU |
SHINJIN 2 | ZILDA SHIMOZAKA | AKAI HANA |
OMOIDE B G3 | TETSUJI TAROMARU | MEOTO ZAKE |
OMOIDE A G3 | SEIKI IZU | KOSHU |
OMOIDE ESP G3 | KUNIKE KANASHIRO | MITIZURE |
OM EXT G3 2 | YOLANDA YUKI | ISSOSHIGUI |
OM EXT G3 1 | YUTARO KIMURA | NAMIDA O FUITE |
OMOIDE SUP EXT G3 | YOKO KAMISHIGUE | AME |
DOYO C | EMI TAKATUKA | SATO NO AKI |
TIBIKO C | LIVIA MAYUMI SHIRAMIZU | ARI NO MAMADE |
ESPECIAL 7 | YAEKO AKAMINE | KIZUNA BASHI |
EXTRA 7 G 2 | YUTARO KIMURA | FUYU DONARI |
EXTRA 7 G 1 | MARCIA MATSUO | LOVE DAKISHIMETE |
SUP EXT 7 G2 | SILVIA WATANABE | KIKYOO |
SUP EXT 7 G1 | YOKO KAMISHIGUE | LOVE IS OVER |
ESPECIAL 6 | YUGI TAKAMOTO | KIMI NO UTA NI NAROU |
EXTRA 6 G2 | TIZUKO TANAKA | TOORO NAGASHI |
EXTRA 6 G1 | KUNIKO YONAHA | HANA TO SHITE HITO TO SHITE |
SUP EXT 6 | MARIO KOBA | SOOSHUN |
B 5 | CLOVIS NAKAMOTO | KIMITO ITSUMADEMO |
A 5 e 4 | LALA ITO | HOSHIZORA NO TOKYO |
ESPECIAL 5 | ROBERTO AKITA | TSUGARU HEIYA |
EXTRA 5 | LUIS HIGA | HAHA NO MAFURA |
SUP EXT 5 | MARIO HIDESHIMA | AI WA ENEN NI |
OMOIDE B G2 | MITIO TAKARA | KUTINASHI NO HARA |
OMOIDE EXT G2 | HISSAKO MINETA | AUSHU MINATO |
A 3 | MARCIA KANEKO ITO | AMAGUI GOE |
ESP 4 e ESP3 e ESP1 | CELIA TAMASHIRO | ETIZEN KOIUTA |
EXT 4 e EXT3 e EXT2 | MAKOTO YOSHIOKA | AI NO OAWARI NI |
SUP EXT 4 e 3 | MASAHITI SHIMADA | INOTI NO KAGUIRI |
SUP EXT 2 e 1 | HARUMI MIYAMURA | KOKORO |
OM ESP G2 e G1 | SACHIE ONODA | KYOTO HAKKEI |
OMOIDE EXT G1 | ELY USHIWATA | AKAI HANA |
OM SUP EXT G2 e G1 | MARIO HIDESHIMA | OMOIDE NO KAWA |
(Texto: Silvio Sano – Colaboradores: Soske Umezu, Satie Watabe, Luzia Ussui, Yoshiko Mori, Thissato Yamaji, Mitsuko Hori e Teruo Masumoto)
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