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“Como não ser um babaca” 2: nova edição do guia prático contra o machismo agrega versão open source e ação oculta digital

"Nosso esforço conjunto é conscientizar os homens a não serem mais babacas com as mulheres”, diz Elisa Bruno.

Publicação, que é TOP 10 da Amazon, alerta a sociedade para comentários machistas que insistem em ser reproduzidos no cotidiano e no mercado de trabalho. Não há nada pior do que se sentir paralisada pelo medo. Ou pela vergonha. Ou por não saber como agir quando o colega de trabalho faz uma piada sobre o seu vestido. Lidar com assédio, escutar chacotas, ser interrompida em uma reunião, estar constantemente sobrecarregada com tarefas domésticas. Como reagir nessas situações? Como enfrentar a babaquice descarada, que silencia e assombra mulheres, muitas vezes desde a infância? Espanta, em pleno século XXI, o machismo estrutural ainda estar tão arraigado e ser preciso ensinar aos homens que aquela ‘piada bem-intencionada’ é maldosa, ridiculariza e ofende.

Depois de alcançar o ranking dos TOP 10 de vendas na Amazon e ser reconhecido pelo Prêmio Colunistas, o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e Tribunal de Contas da União (Sindilegis) lança a 2ª edição do guia ‘Como não ser um babaca’. Com linguagem irreverente e dicas fáceis de aplicar, a publicação se propõe a cooperar com o processo de sensibilização dos homens por uma masculinidade que renuncia o machismo e estabelece uma prática de equidade e respeito. Em comemoração ao mês da mulher, o e-book está disponível para download gratuito na Amazon em março. A versão impressa também poderá ser adquirida na plataforma.

Esta versão traz um novo capítulo que cita, por exemplo, fala recente em reality show com audiência de mais de 150 milhões de brasileiros: “Já, já, vai tomar umas cotoveladas na boca”. Assim como a frase dita em 2014, dentro do Congresso Nacional: “Ela não merece ser estuprada porque ela é muito feia. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar porque não merece”.

Essas e dezenas de outras babaquices, citadas inclusive pelos renomados Millôr Fernandes, Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Chico Anysio. Como escancara a jornalista e apresentadora Astrid Fontenelle, que assina o prefácio desta edição: “Já pensou se houvesse um contador de homens babacas? O babacômetro estaria explodindo”.

“Ano após ano, as mulheres continuam a ser vítimas de comportamentos e comentários machistas, seja em rede nacional, seja no Congresso, em consultórios ou reuniões de empresas. O Sindilegis renova seu guia, inovando com uma ação interativa e oferecendo a oportunidade a outras organizações fazerem o mesmo. Nosso esforço conjunto é conscientizar os homens a não serem mais babacas com as mulheres”, explica Elisa Bruno, diretora de Comunicação Social do Sindicato, que há anos protagoniza campanhas do Dia Internacional da Mulher.

Open Source

Para potencializar o movimento contra o machismo, o Sindilegis oferece a versão open source do guia ‘Como não ser um babaca’ 2023. Empresas e organizações interessadas em abordar a temática podem ter acesso ao arquivo aberto e inserir sua marca, desde que creditem o Sindicato. Uma das instituições que já aderiu à iniciativa é o Sebrae Nacional, que divulgará os conteúdos para mais de sete mil colaboradores, além de disponibilizar o livro impresso como acervo da biblioteca da Universidade Corporativa Sebrae.

“Mais do que um movimento tecnológico, trata-se de um movimento que busca, na prática, transformar a mentalidade e o comportamento da sociedade. O Guia funciona como uma ação educativa efetiva para promover a diversidade e, mais ainda, sensibilizar sobre a temática do machismo”, defende Bruno, acrescentando que: “Não existe mais espaço para pessoas e empresas manterem uma postura neutra, pois o neutro é masculino e significa ser conivente com a violência e desigualdade de gênero”.

Amiga Oculta

Outra novidade de 2023 é a ativação intitulada Amiga Oculta, que acontece por meio da plataforma www.naosejaumbabaca.com.br e consiste na indicação e no compartilhamento do livro de forma anônima, seja para colegas de trabalho, seja para parentes ou conhecidos. O indicado receberá por e-mail o seguinte recado: “Oi, tem alguém querendo te dar um toque. Talvez você nem se dê conta, mas tem gente que não está curtindo algumas coisas que você fala e quer te ajudar. Clique aqui, baixe o livro e NÃO SEJA UM BABACA”.

“A Amiga Oculta protege a mulher e atinge diretamente os machistas, homens de todas as idades e classes sociais que sequer iniciaram seu processo de desbabaquização e que acham que o conteúdo deste livro não é mais novidade pra ninguém”, destaca Tiago Vaz, gerente de Comunicação do Sindilegis. “Não estamos aqui simplesmente para julgar os erros das pessoas, mas para alertar sobre a importância de estarmos em constante evolução seja em relacionamentos pessoais ou profissionais”, completa Tiago Vaz.

Parece brincadeira, mas não é

Confira frases machistas que entraram na nova edição do Guia: “Homens trabalham mais que mulheres e por isso têm menos tempo para procurar serviços de saúde”. “Para os políticos homens no Brasil, é um perigo. Porque descobri que aqui no México, metade das senadoras é mulher”. “Talvez nós, homens, percebamos que o mundo está mudando e, por conta dessa intimidação, infelizmente, por vezes, nós recorremos à violência”. “Não digo que toda mulher goste de apanhar; só as normais. As neuróticas reagem”. “O melhor movimento feminino é o dos quadris”. “Nenhuma situação é tão complicada que uma mulher não possa piorar”. “Os homens distinguem-se pelo que fazem; as mulheres, pelo que levam os homens a fazer”. “Mulher de 50 anos, quem gosta é o Pitanguy”.

Na prática

O livro “Como não ser um babaca” busca reduzir o machismo que muitas vezes não entra nas estatísticas. Fique alerta para espantar de vez esse tipo de comportamento:

1. “Bom mesmo era antigamente…”

Essa frase só pode ser dita por quem foi beneficiado. O Código Civil de 1916 era recheado de absurdos, como “a mulher só tem direito à pensão dos filhos se for inocente e pobre”.“Ih! Tá de TPM…”

 A tensão pré-menstrual é uma realidade e pode provocar alterações de humor, acontece que essa é só uma desculpa para diminuir e desvalorizar as emoções e reações das mulheres.

2. “Passe perfume para a reunião, hein!”

As mulheres são cobradas para estarem atraentes, como se o seu poder de argumentação valesse menos do que poder de sedução ou como se uma coisa tivesse a ver com a outra.

3. “Ela é mais macho que muito homem.”

Mulher não precisa deixar de ser mulher para ser bem-sucedida. Caso você ainda não saiba, características como coragem, determinação e força não são exclusivamente masculinas.

4. “Incrível! Você mesma quem fez?”

Essa frase, apesar de enaltecer o trabalho da mulher, revela uma enorme descrença em seu potencial. É como dizer: “Está bom demais para ter vindo de uma mulher. Será possível?”

5. “Vai pegar mal não ter uma mulher no time.”

Este não deveria ser o motivo para incluir mulheres na equipe. Que bom que a sociedade está problematizando a ausência feminina, mas é preciso entender a importância disso. 

Sobre o Sindilegis

Com 34 anos de história, o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e Tribunal de Contas da União (Sindilegis) alcançou prêmios nacionais e internacionais por sua atuação em defesa do serviço público e de causas como o combate ao feminicídio e ao machismo. Representante de servidores da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Tribunal de Contas da União, já protagonizou quatro campanhas na luta contra a violência contra a mulher.

Serviço

Livro “Como não ser um babaca com as mulheres”

Editora: ‎projeto da Flap para o Sindilegis; 2ª edição (8 de março de 2023)

Autora: Marcela Studart

Ilustradora: Natália Carneiro

Publicação está à venda em versão digital na Kindle Store.

 

Assessoria Contábil

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KARATÊ

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