Com a chegada da pandemia Covid-19, inúmeras empresas e trabalhadores tiveram que adotar o Home Office, e por 2 anos trabalharam diretamente de suas respectivas casas, tendo que se adaptar com a nova rotina de trabalho. Além disso, enfrentaram demandas excessivas devido a equipes reduzidas, dificuldades em acessar recursos, trabalho com novas tecnologias e aumento da carga de trabalho.
Com a retomada das atividades presenciais, a demanda por serviços e produtos aumentou consideravelmente. No entanto, muitas empresas estão lutando para contratar novos funcionários devido a uma escassez de mão de obra qualificada, resultando em um acúmulo de trabalho sobre aqueles que permaneceram empregados, levando a uma sobrecarga.
Pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que 43% dos entrevistados dizem que estão com sobrecarga de trabalho e 31% sofrem pressão por resultados e metas. Outra pesquisa publicada pela Fiocruz com outras seis universidades diz que “sentimentos frequentes de tristeza e depressão afetam 40% da população adulta brasileira, e a sensação frequente de ansiedade e nervosismo foi relatada por mais de 50% das pessoas”.
A psicóloga Talita Padovan explica. “A sobrecarga de trabalho tem consequências tanto para a saúde física como para a saúde mental e pode levar a níveis crescentes de estresse, ansiedade e exaustão, o que pode se tornar um problema significativo para a produtividade e a saúde a longo prazo“.
Muitas pessoas têm experimentado uma série de transtornos emocionais com a volta ao trabalho presencial pós pandemia, alguns deles são: Ansiedade, estresse pós-traumático, depressão e a Síndrome de Burnout – um esgotamento profissional que se tornou mais prevalente durante a pandemia. A retomada do trabalho presencial pode intensificar esses sintomas devido ao aumento da demanda, pressão e mudanças na rotina.
“Tenho acompanhado pacientes que chegam no meu consultório e relatam que tiveram uma grande demanda de afazeres durante a pandemia no home office e que ao voltar para o presencial essa demanda e sobrecarga continuaram, e nem todos os pacientes ficaram felizes, pois o tempo otimizado na locomoção faz grande diferença. Alguns deles também encontram dificuldade em impor limites para si mesmos em razão das atividades laborais e causando um déficit em sua vida social. O equilíbrio entre todas as áreas da vida é essencial para a saúde física e emocional.” Conta a Psicóloga Talita Padovan.
“Além disso, os pacientes têm relatado sintomas e entre eles os mais frequentes estão a ansiedade, insônia, desânimo e dificuldade de concentração, insegurança, medo de não ser bom o suficiente no trabalho, medo de ser demitido se trabalhar menos tempo que na pandemia, ou seja, essas inseguranças são vistas também no contexto social. A famosa crença de não agradar e ser descartado”, conclui a Psicóloga.
Em vista disso, procurar ajuda psicológica é fundamental. Através das sessões o paciente aprende a lidar com o estresse relacionado ao trabalho, prevenir problemas de saúde mental, antes que se torne mais sério, melhorar o desempenho no trabalho e possuir uma qualidade de vida melhor.
Dentro da psicologia, existem ainda diversas abordagens que podem solucionar transtornos psicológicos de todos os tipos. Entre suas abordagens, está a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), que é uma abordagem da psicoterapia baseada na combinação de conceitos do Behaviorismo radical com teorias cognitivas.
A TCC entende a forma como o ser humano interpreta os acontecimentos como aquilo que o afeta , e não os acontecimentos em si. Ou seja: é a forma como cada pessoa vê, sente e pensa com relação à uma situação que causa desconforto, dor, incômodo, tristeza ou qualquer outra sensação negativa. Ela pode ajudar no manejo e controle do estresse, a partir de diferentes técnicas, como o aumento da percepção e consciência dos fatores que desencadeiam o estresse, a revisão de hábitos que visa a interrompê-los com uma resposta mais adequada, exercícios de respiração, relaxamento e ferramentas cognitivas para reconhecimento, técnicas de resolução de problemas e controle das emoções.
“Com o tempo, o paciente adquire sua autonomia, pois aprende a lidar com suas questões por conta própria, a partir de uma reestruturação cognitiva e comportamental que começa a ser construída nas sessões de terapia”, finaliza a psicóloga Talita Padovan.
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